A Dengue no Brasil: Um Desafio Contínuo à Saúde Pública
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O Brasil enfrentou um ano de 2024 marcado por um surto significativo de dengue, com 6.484.890 casos prováveis registrados e 5.972 mortes atribuídas à doença. Os dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde revelam uma situação preocupante que exige a atenção e a ação imediata de todos os setores da sociedade. A incidência da doença, que alcançou um coeficiente de 3.193,5 casos por 100 mil habitantes, é um alerta claro para a necessidade de medidas eficazes para prevenir e controlar a propagação da dengue.
Uma das características mais marcantes da epidemia de 2024 foi a maior incidência de casos entre mulheres, que representaram 55% dos casos prováveis. Isso pode indicar que as mulheres estão mais expostas ao vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti, ou que há fatores sociais e culturais que contribuem para a maior vulnerabilidade feminina à dengue. É importante investigar essas questões para desenvolver estratégias de prevenção e controle mais eficazes.
A análise da distribuição dos casos prováveis por raça/cor é outro aspecto importante a ser considerado. Embora a maioria dos casos tenha sido registrada entre brancos (42%), é preocupante a alta incidência da doença entre os pardos (34,4%), que são historicamente uma das populações mais vulneráveis à pobreza e à falta de acesso aos serviços de saúde. É fundamental que as políticas de saúde pública sejam direcionadas para essas populações, garantindo que eles tenham acesso a informações, serviços e recursos para prevenir e tratar a dengue.
A faixa etária dos 20 aos 29 anos concentrou a maior parte dos casos prováveis, seguida pela de 30 a 39 anos e pela de 40 a 49 anos. Isso pode indicar que as pessoas mais jovens e em idade adulta estão mais expostas ao vetor da doença.