O mercado de ovos no Brasil tem registrado um crescimento contínuo, com o alimento ganhando cada vez mais popularidade entre os brasileiros. Influenciadores, nutricionistas e consumidores em geral têm destacado as qualidades do produto, que também vem sendo amplamente compartilhado nas redes sociais.
A partir de 4 de março de 2025, entra em vigor uma nova exigência no país. Os ovos destinados ao consumo direto, sem embalagem primária, precisarão apresentar informações impressas na casca, como a data de validade e o registro do produtor. A medida visa garantir a rastreabilidade dos produtos e proporcionar mais transparência ao consumidor.
Essas mudanças estão previstas no Decreto nº 1.179, de 5 de setembro de 2024, publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Com isso, os produtores terão um prazo de 180 dias para se adequarem às novas regras, o que pode envolver a aquisição de equipamentos para rotulagem.
A diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil e coordenadora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Tabatha Lacerda, estima que apenas entre 30% a 40% da produção de ovos no Brasil esteja preparada para atender às exigências de rastreabilidade. Ela alerta que as pequenas empresas serão as mais impactadas, já que o custo de aquisição de equipamentos necessários não é acessível. “Há uma grande defasagem, especialmente entre as pequenas e médias empresas, que enfrentam dificuldades para obter financiamento no Brasil”, destaca.
A exigência de rastreabilidade de ovos já é uma realidade em alguns estados, como Pernambuco, que adotou a norma em 19 de outubro de 2019, por meio da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro-PE). No cenário internacional, a rastreabilidade de ovos está em vigor há mais de 40 anos em países como o Reino Unido, que implementou a medida para restaurar a confiança no mercado após episódios de contaminação.
Para os consumidores, a novidade é vista de forma positiva. A dona de casa Marilia Almeida, por exemplo, acredita que a rastreabilidade trará mais segurança para os compradores. “Vai trazer mais segurança para a gente saber de onde veio e até quando podemos consumir”, afirmou. Ela também reforçou que, a partir de março, só comprará ovos em locais que cumpram a exigência. “O brasileiro sempre dá um jeitinho para tudo, seja para economizar ou enganar, então vou consumir apenas de mercados que tenham as informações claras, já que é um decreto”, explicou.
Luiz Santana compartilha da mesma opinião e classifica a medida como um cuidado para o consumidor. “A mudança é positiva e deve ser vista como uma proteção para nós, cidadãos comuns. Espero que isso não acarrete aumento de preço”, concluiu.
Com a implementação dessas novas regras, o Brasil se alinha a boas práticas de rastreabilidade, proporcionando aos consumidores mais confiança e segurança na hora da compra. No entanto, o setor ainda enfrenta desafios, especialmente para pequenas empresas, que precisam se adaptar às novas exigências no prazo estipulado.
As informações são de Vitor Silva, do portal Trbn.