Professora denuncia aprovação automática de alunos sem aulas na Bahia

Professora denuncia aprovação automática de alunos sem frequência na Bahia; MP aponta “falhas gravíssimas” em portaria do governo I Foto: Raul Aguilar/ OFF News/ Reprodução

Uma denúncia grave sobre a educação pública na Bahia ganhou destaque esta semana, colocando o governo estadual em xeque. Uma professora da rede estadual alega que alunos estão sendo aprovados automaticamente, mesmo sem comparecer às aulas ou atingir notas mínimas. Segundo a denúncia publicada no site Acesse Política, a prática é respaldada por uma portaria da Secretaria de Educação e teria como objetivo inflar artificialmente os índices educacionais do estado.

De acordo com a docente, a orientação para a aprovação irrestrita “vem de cima” e é aplicada em todas as escolas estaduais, incluindo casos de estudantes com ausência total de frequência e desempenho insuficiente. “Alunos aprovados sem nota, sem aula e até sem presença. É isso que estão fazendo com a educação na Bahia!”, afirmou.

A suposta prática teria sido oficializada em 2024, mas, segundo a professora, já ocorria antes de forma mais discreta. Ela também revela que vem denunciando o caso desde fevereiro deste ano. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) confirmou a existência de “falhas gravíssimas” na portaria que regulamenta a política de aprovação automática do governo Jerônimo Rodrigues (PT) e exigiu mudanças imediatas no sistema de avaliação. Além disso, convocou a denunciante para uma reunião com representantes da Secretaria de Educação.

A acusação reacende críticas ao governador Jerônimo Rodrigues, que foi secretário de Educação antes de assumir o Palácio de Ondina. “Jerônimo, você foi o pior secretário de Educação da Bahia. Vai repetir esse desastre como governador?”, questionou a professora em um trecho da denúncia.

O principal questionamento é que o governo estadual estaria promovendo uma “maquiagem educacional” para melhorar artificialmente o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), usado como parâmetro nacional de desempenho escolar. Segundo a denunciante, a suposta manipulação do sistema de avaliação prejudica o futuro dos alunos e enfraquece o papel formativo da escola.

A Secretaria de Educação ainda não se manifestou oficialmente, mas fontes próximas à pasta confirmaram que o assunto está sob análise interna após o alerta do MP-BA.

Especialistas consultados por veículos locais alertam que a aprovação automática, sem critérios mínimos de aprendizado e participação, pode comprometer seriamente a qualidade do ensino. “Você engana os números, mas não o aprendizado. Aprovar por aprovar não é inclusão, é abandono disfarçado”, avaliou uma educadora ouvida pelo Acesse Política.

Com a proximidade do período eleitoral, o caso pode se tornar mais um ponto de desgaste para o governo Jerônimo, que já enfrenta críticas em outras áreas. O Ministério Público monitora a situação e pode recomendar a revogação da portaria caso as falhas não sejam corrigidas.

Fonte: Site Acesse Política

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