O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), explicitou nesta terça-feira (25/11) o distanciamento político em relação ao Palácio do Planalto ao afirmar que não pretende atuar para garantir a aprovação de Jorge Messias, indicado do presidente Lula (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF).“Não é problema meu. Estou fora disso”, disse Alcolumbre ao ser questionado sobre a votação. Messias precisará de ao menos 41 votos entre os 81 senadores para assumir a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso.A declaração reforça a irritação do chefe do Senado com o governo. Alcolumbre fez campanha aberta pela indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — ex-presidente da Casa — que acabou preterido por Lula. A nomeação de Messias, feita sem que Alcolumbre fosse informado previamente, é vista dentro do Senado como um gesto de desconsideração do Planalto.Apesar de anunciar que a sabatina ocorrerá em 10 de dezembro, Alcolumbre deixou claro que não fará articulação em favor do governo. O gesto cria um obstáculo adicional para Lula, que já enfrenta desgaste simultâneo com Câmara e Senado — situação explicitada por declarações recentes do líder petista Lindbergh Farias, segundo o qual o presidente “entrará em campo” pessoalmente para salvar a indicação.A postura de Alcolumbre surge no momento em que a base governista vive tensão máxima:
- O Congresso está irritado com o Planalto pela condução unilateral de decisões.
- A recente votação apertada de Paulo Gonet para a PGR (45 votos a 26) mostrou que o governo não tem margem de segurança.
- A insatisfação de presidentes da Câmara e do Senado ecoa na resistência de parlamentares em apoiar Messias.










