Foto: Bruno Ulivieri
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, propôs uma medida radical para os clubes brasileiros diante das medidas adotadas pela Conmebol contra casos de racismo, consideradas insuficientes pela dirigente: migrar para a Concacaf, responsável pelas competições nas Américas do Norte e Central, em vez de continuar com a entidade que comanda o futebol na América do Sul.
O Palmeiras se revoltou com as recentes punições aplicadas pela Conmebol ao Cerro Porteño, após o caso de racismo sofrido pelo atacante Luighi, torcedores paraguaios, durante uma partida da Copa Libertadores Sub-20, em Assunção, na semana passada. Leila Pereira afirmou que os clubes brasileiros devem tomar medidas firmes contra a Conmebol, considerando que o Brasil representa 60% das receitas da entidade e é tratado de forma inadequada.
“Nós precisamos tomar medidas firmes em relação à Conmebol. É impossível o Brasil representar 60% das receitas da Conmebol e os clubes brasileiros serem tratados dessa forma. Vou lançar uma ideia: vamos refletir sobre isso. Se a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime e não trata os clubes brasileiros com o tamanho que representam para a Conmebol, por que não pensar em nos filiar à Concacaf?”, disse Leila Pereira à TNT Sports, antes de uma partida contra o São Paulo, pelas semifinais do Campeonato Paulista.
“Saímos da Conmebol e vamos para a Concacaf. Acho que só assim vão respeitar o futebol brasileiro, que não está sendo respeitado. É algo para ser considerado. Tenho uma reunião na quarta-feira na CBF e vou conversar com os clubes brasileiros que estarão lá e com o Ednaldo (Rodrigues, presidente da CBF). É uma semente para ser plantada. Com certeza, financeiramente, seria muito melhor para todos os clubes brasileiros”, afirmou a dirigente.
O Cerro Porteño foi multado em US$ 50 mil (cerca de R$ 289 mil em conversão direta) e penalizado com portões fechados pelas ações racistas de torcedores no jogo da Libertadores Sub-20. Medidas que, segundo o time alviverde, foram “extremamente brandas” e fazem a entidade ser “conivente” com as agressões.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, manifestou-se a favor da exclusão do Cerro Porteño da competição, sugestão corroborada pelo próprio jogador. A dirigente disse que levará o caso à Fifa, que já falou sobre o caso através de publicação de seu presidente, Gianni Infantino.