Deputados e senadores do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram os parlamentares que mais destinaram recursos para a segurança pública em 2025. Dados do Portal da Transparência, compilados pelo Poder360, indicam que a sigla apresentou 41 emendas individuais voltadas ao setor — número quase três vezes superior ao registrado pelo PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que contabilizou apenas 15.No total, entre 1º de janeiro e 5 de novembro, foram registrados 186 repasses parlamentares para ações de segurança. Desse total, 110 partiram da oposição ao governo e 76 da base aliada. A mudança de composição do bloco governista, após União Brasil e PP deixarem a base em setembro, contribuiu para ampliar a vantagem da oposição na destinação de verbas ao setor.A maior parte das emendas foi direcionada a ações de policiamento ostensivo, fiscalização e combate ao crime organizado e à corrupção. Houve também cinco repasses para programas de reinserção social de detentos, cinco para políticas sobre drogas e um para defesa civil.O tema ganhou novo peso político após a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro em 28 de outubro, que resultou na morte de 121 pessoas — entre elas quatro policiais — e é considerada a ação mais letal da história do estado. O episódio provocou reação imediata no Congresso.Com isso, a PEC da Segurança Pública (18/2025) passou a ser tratada como prioridade e deve ser votada até a primeira quinzena de dezembro. Além disso, o Senado instalou, na terça-feira (4), a CPI do Crime Organizado, para investigar o avanço de facções e milícias em todo o país.Enquanto o governo Lula tenta equilibrar o discurso social com o enfrentamento ao crime, a oposição busca se consolidar como defensora da lei e da ordem — especialmente em um momento de forte desgaste institucional e crescimento das organizações criminosas no país.A tendência é que a segurança pública se torne um dos temas centrais da disputa política nacional até 2026, com impacto direto nas alianças partidárias, nos palanques estaduais e na formação de candidaturas presidenciais.










