Foto: Zoom TV
Na tarde desta quinta-feira (11), o auditório do Hotel União, no centro de Pojuca, recebeu o evento de conscientização sobre fibromialgia e lúpus. A iniciativa foi promovida pelo grupo Além da Dor, com o apoio da Secretaria de Política para as Mulheres do município.
O encontro reuniu portadores da doença, familiares, autoridades e representantes de movimentos sociais para debater os avanços nas políticas públicas e o fortalecimento do acolhimento.
Avanços na legislação estadual e municipal
Em 15 de abril de 2025, entrou em vigor a Lei Estadual 14.886, que cria o Programa de Apoio a Pessoas com Fibromialgia e reconhece a condição como deficiência. Segundo Machado, assessor parlamentar da deputada estadual Maria Delcarmen, autora da lei, a conquista representa um marco importante:
“Desde 2019 que ela participa desse enfrentamento, desse debate sobre fibromialgia. Já existia alguma lei lá atrás a respeito disso, mas em 2025 foi aprovada, acho que no mês de abril, a lei que considera a pessoa com fibromialgia portadora de deficiência. Então, hoje você associando essas duas leis, a municipal e a estadual, e não preciso de outra lei, inclusive, para que o portador hoje devidamente identificado, possa inclusive chegar na Superintendência de Trânsito e Transporte (STT), e pedir o cadastro para poder ter acesso ao cartão da vaga exclusiva de estacionamento”, destacou.
No âmbito municipal, a Câmara de Vereadores de Pojuca aprovou neste ano duas leis em prol dos portadores da síndrome:
Projeto de Lei Nº 14/2025 (PLL-0014/2025), de autoria da vereadora Gal da Maternidade, que garante prioridade de atendimento às pessoas com fibromialgia em estabelecimentos públicos e privados, equiparando seus direitos aos de idosos e gestantes.
Projeto de Lei Nº 11/2025 (PLL-0018/2025), de autoria do vereador Moisés Monteiro, que institui o Dia Municipal da Fibromialgia, com campanhas de conscientização e ações educativas em escolas e unidades de saúde.
O vereador Moisés Monteiro ressaltou a importância da medida:
“Esse é um momento de reconhecimento e de cuidado. A lei não é apenas simbólica, mas prática, porque leva informação, acolhimento e cria políticas que impactam diretamente na vida de quem convive com a doença.”
Vozes da experiência
Entre os depoimentos emocionantes, Rosineide da Luz, que convive com fibromialgia há 13 anos — mas só recebeu o diagnóstico há cinco —, falou sobre os desafios enfrentados:
“É muito difícil viver com fibromialgia e a falta de acolhimento agrava tudo. Com esses projetos aprovados, sentimos que temos voz e nossos direitos começam a ser reconhecidos”, afirmou.
O apoio da família também foi apontado como peça fundamental no processo terapêutico. Antônio Prazeres, esposo de uma portadora da doença, compartilhou sua experiência:
“É necessário o empenho da família para ajudar o portador da doença. Eu tento, através da compreensão, do apoio e do carinho, diminuir os momentos difíceis que minha esposa passa. A família é fundamental para esse alento.”
Doença crônica e sem cura
A fibromialgia é uma doença autoimune crônica e sem cura, que provoca dores generalizadas, fadiga, distúrbios do sono e impactos significativos na qualidade de vida. O evento buscou, acima de tudo, levar informação, quebrar tabus e ampliar a rede de apoio em Pojuca.