Por Aline Gouveia
O avanço da tecnologia está mudando o mercado de trabalho. Segundo o estudo “Futuro do Trabalho”, divulgado no dia 8 de janeiro, ao menos 170 milhões de novos postos serão criados entre 2025 e 2030, enquanto 92 milhões de empregos atuais serão substituídos.
Nesse sentido, empregos que exigem habilidades relacionadas à tecnologia terão crescimento acelerado, com destaque aos especialistas em inteligência artificial. Por outro lado, funções administrativas, secretariais e operacionais têm forte tendência pela substituição de tecnologias digitais.
“O avanço do acesso digital foi acompanhado pelo desenvolvimento de infraestrutura tecnológica, como servidores e usinas de energia, para atender à crescente demanda. Esse cenário também gerou um aumento expressivo na demanda por habilidades relacionadas à IA, refletindo o seu potencial de aprimorar o desempenho, ganhos de produtividade e a eficiência dos trabalhadores em suas atividades”, diz o estudo.
A pesquisa também frisa que, sem estruturas adequadas de tomada de decisão, incentivos econômicos estratégicos e regulamentações governamentais, essas tecnologias podem ser utilizadas para substituir o trabalho humano, em vez de aprimorar as capacidades dos trabalhadores, o que poderia resultar em maior desemprego e desigualdade.
Funções com crescimento mais rápido incluem especialistas em Big Data, engenheiros de Fintech, especialistas em IA e Machine Learning, desenvolvedores de software e aplicações, e especialistas em gestão de segurança. Além disso, destaca-se o aumento na demanda por especialistas em armazenamento de dados, veículos elétricos e autônomos, designers de interface e experiência do usuário (UI e UX), e especialistas em Internet das Coisas (IoT). Outras funções em alta são motoristas de serviços de entrega, analistas e cientistas de dados, engenheiros ambientais, analistas de segurança da informação, engenheiros de DevOps e engenheiros de energia renovável.
Por outro lado, algumas funções estão em declínio. Entre elas estão funcionários de serviços postais, caixas bancários e cargos relacionados, operadores de entrada de dados, caixas e atendentes, assistentes administrativos e secretárias executivas. Também enfrentam declínio trabalhadores de impressão e cargos relacionados, contadores, auxiliares de contabilidade e folha de pagamento, atendentes e condutores de transporte, assistentes de registro de materiais e controle de estoque, além de vendedores porta a porta, vendedores de jornal, ambulantes e cargos relacionados. Outros exemplos incluem designers gráficos, peritos de seguros, examinadores e investigadores, oficiais jurídicos, secretárias jurídicas e operadores de telemarketing.
Ainda segundo o estudo, cerca de 39% das habilidades existentes deverão ser transformadas ou tornarem-se obsoletas entre 2025 e 2030. O treinamento, requalificação e aprimoramento de habilidades estão no centro das estratégias das empresas para lidar com essas mudanças.